Do seu título Forma e Exigências do Novo Testamento já se depreende que não se trata de uma introdução no mesmo sentido corrente do termo, mas sim de uma iniciação de caráter diferente e novo. Na segunda parte do título encontra-se a palavra ?exigências?; de fato, o Novo Testamento, cujos destinatários somos nós, é um apelo dirigido ao homem ao qual se apresenta como a formulação válida da boa-nova da salvação. Em se tratando dos livros do Novo Testamento é necessário explicar-lhes a formação e a natureza, as forças modeladoras e os elementos determinantes, as afirmações e as instâncias, a finalidade e as exigências.
O livro consta de quatro grandes seções de extensão desigual. A primeira (III-VII), que se ocupa do corpus paulinum, tenta apresentar a teologia paulina em sua ligação com o ?querigma? cristão primitivo (III), a sua originalidade (IV) e a obra missionária do Apóstolo, segundo as cartas às comunidades (V). Em seguida vem o tratado das cartas deuteropaulinas (VI) e das cartas pastorais (VII). A segunda seção (VIII-XIII) se ocupa com o exame dos Evangelhos. Começando pela fonte constituída pelos logia e por Marcos, discute-se a questão sinótica sob o aspecto de ?história? de Jesus, a qual, segundo o plano de Marcos, exige uma apresentação nova e diferente. Dentre os grandes Evangelhos, o de Lucas tem uma apresentação global. A terceira seção (XIV-XVII) compreende tratados monográficos da restante literatura epistolar neotestamentária. A quarta seção (XVIII-XIX) se ocupa especificamente com a escatologia e a apocalíptica. Os capítulos I, II e XX foram planejados com um contorno abrangendo questões que dizem respeito a todo o Novo Testamento: a relação entre os dois Testamentos inferida no Novo (I), a linguagem e o ambiente (II), o complexo dos problemas Igreja e Novo Testamento (XX).
Os leitores deste livro deveriam ser os mesmos de Palavra e Mensagem do Antigo Testamento, isto é, todos aqueles que se acham empenhados na pregação ou que para ela se preparam e todos os que pretendem aprofundar-se no mundo de fé dos livros sagrados do Novo Testamento.
Josef Schreiner