Nos últimos anos, a natureza de Jesus Cristo tem sido atacada como nunca antes.
Na literatura surgiram livros que enfatizam sobremaneira a natureza de Jesus que não davam espaço para divino.
No cinema produziram filmes mostrando um Jesus cricificado excessivamente frágil, quase débil, que sonha com uma vida diferente, longe de sua natureza divina. Por sua vez, muitos cristãos ressaltam tanto o aspecto divino da natureza de Jesus, que se torna uma figura etérea, distante, sem tentaçoes e sofrimentos.
"É verdade que depois de algumas dezenas de anos, os teólogos mudaram de posicionamento. Um dos slogans da moda fora a distinção entre o Jesus da História e o Cristo da Fé. Assim, nos livramos elegantemente do problema.
Deixamos o Cristo da Fé, o Messias, o filho de Deus, que faz milagres, Ressurreto.
Tudo isto talvez não seja falso para a fé (mas em todo caso, inventado por ela e para ela), mas não poderia ser incorporado pela história, ou seja, não pode fazer parte, de fato, da vida de Jesus, pois trata-se aí de fatos que não são constatáveis pelo método histórico, e que são inverossímeis do ponto de vista da razão. Pois a História pode constatar somente fatos razoáveis.
Pressuposto obrigatório. Quanto ao Cristo da fé - que não se rejeitaria, certamente -, ele parece ter sido uma invenção de Paulo, que utilizou o personagem Jesus. Logo, podemos deixá-lo aos crentes.
Em Se És o Filho de Deus, o famoso teólogo e sociólogo Jacques Ellul nos apresenta a realidade mais profunda da natureza de Jesus: ele era ao mesmo tempo totalmente humano e divino. Ele sabe o que o Pai sente, sabe que sofremos nessa vida e, por isso, pode nos ajudar.
Prestemos atenção ao fato de que encontramos aqui uma teoria bastante antiga, renovada em seu vocabulário, aquela do velho 'liberalismo-racionalismo'.
Agora, é a história, e não mais a racionalidade, que é o árbitro, mas trata-se da mesma coisa: separar Jesus e o Cristo."
(Jacques Ellul)
"Com toda certeza, aqueles que apreciam uma boa reflexão acerca da sociedade e de seus movimentos a luz da perspectiva cristã irá apreciar esta obra e se enriquecer com a forma como Jacques Ellul trabalha as ideias e ilumina determinados aspectos esquecidos pelos autores desprovidos da consiência de Deus, e Seu Reino e Seu mover na história da humanidade."
(Ricardo Agreste da Silva)